Dias complicados mas felizmente já tudo passou.
Quando comecei a ver a Carol sem reacção achei estranho e fui ao hospital. Eu já sabia que ela estava com uma gastroenterite viral, mas o facto de estar prostrada deixou-me preocupada. Às minhas preocupações a médica respondeu:
- A sua filha tem uma gastronterite, quer que ela ande a correr e aos saltos?
Eu:
- Não. Sei que não dá vontade de andar a correr e aos saltos só que acho estranho ela estar sempre a dormir - isto passou-se no Domingo à noite e a Carol dormia desde sabado - mas você é médica e eu sou mãe. Não ponho em dúvida o seu saber, mas eu conheço a minha filha, ela é uma criança super agitada e sempre bem disposta e este fim de semana ela nem quiz brincar com nada, nem ver os DVD's dela.
Voltamos para casa e tudo continuou na mesma, na segunda-feira de manhã a Carolina não tinha grandes melhoras. Liguei ao pediatra dela e disse-me para eu tentar dar-lhe o Redrate e a Miltina. Nessa tarde ela ainda conseguiu beber qualquer coisa. Na terça-feira de manhã andou mais animadinha mas com pouca vontade de brincar, sempre a dizer que estava cansada. Voltou a diarreia e a seguir ficou outra vez molinha e sem reacção para nada, sempre de olhinhos fechados. Na quarta-feira pensei que ela estava melhor porque acordou mais ou menos, fui deixá-la com a minha avó para ir trabalhar e ela dormeceu assim que lá chegou, e continuava sem comer nada. Depois ainda comeu 2 ou 3 garfadas de comida e vomitou tudo. Aí liguei ao médico e ele disse-me para ir já para o hospital porque ela tinha que levar soro.
Fomos para o hospital e quem era a médica de serviço?? A mesma que nos tinha mandao para casa do domingo à noite, que me tinha dito que era normal a Carolina dormir dia e noite, que era normal ela estar cansada.
A médica olhou para ela e a menina não reagia, e eu disse-lhe:
- E agora Dra. acha normal a minha filha ainda estar a dormir??
E ela, simplesmente respondeu:
- Não.
E depois começou um alvoroço de roda da Carolina que me deixou muito preocupada. A médica pediu análises ao sangue e mandou fazer uma ecografia. E depois disse-me:
- Eu vou internar a Carolina para fazer exames e ver de onde vem toda essa sonolência.
Chamou as enfermeiras que lhe fizeram a pica no dedinho para medir a glicémia, a Carolina nem abriu os olhinhos. Claro que a médica não achou normal, porque estava à espera que ela chorasse quando a picassem.
Depois foram colocar-lhe o catécter e tiraram o sangue para análise.
Seguimos para a ecografia, que não acusou nada de mal. Estava tudo normal na barriguinha da Carolina. Mas não havia meio de se saber nada das análises. A minha prima, como trabalha lá, foi logo ver o resultado para me dizer que o hemograma estava bom. Aí fiquei mais calma. Pelo menos no sangue ela não tinha nada.
Mas tudo o que se passou foi um grande sufoco. Tive muito medo, estavamos no hospital e eu não via melhoras na Carolina, ela só começou a despertar na quinta-feira depois de almoço. É preciso termos muita atenção aos sintomas das crianças porque os médicos nunca sabem tudo e por mais que saibam da teoria cada criança é única e nós como mães conhecemos os nossos filhos melhor que ninguém.
Na sexta-feira teve alta, chegamos a casa e ela continuava sem querer comer. Depois lá a enganamos com um pastel de nata (que não era a melhor coisa mas foi o que lhe apeteceu). À noite começou a ficar muito parada, sem apetite e só a fechar os olhinhos ao meu colo. Assustei-me quando a vi assim.
Hoje já as coisas começaram a entrar nos eixos, almoçou bem e esteve toda a tarde a comer, nem dormiu folga com a brincadeira.
Agora percebo quando se diz: "quando os miudos estão muito sossegados é porque não estão bem".
Nunca tinha passado por nada assim, ainda não estou completamente descansada mas já estou mais aliviada, porque o pior já passou.