O desenho é uma actividade que surge de forma espontânea, inicialmente na forma de rabiscos, evoluindo em seguida para desenhos mais completos e elaborados.
O desenho evolui com a criança, e é uma importante ferramenta para o seu desenvolvimento; são muitas as vantagens que o desenho oferece às crianças:
- Desenvolvimento da psicomotricidade, em especial da psicomotricidade fina.
- Estabelece as bases para o posterior desenvolvimento da escrita e da leitura.
- Aumenta a sua confiança em si própria (sempre que se veja correspondida pelos pais)
- Desenvolve a criatividade
- Desenvolve a expressividade
- É um meio de comunicação, tanto interpessoal (com outros) como intrapessoal (com ela própria).
- Ajuda a criança a expressar as suas emoções, necessidades e interesses de uma maneira não verbal, dado que por vezes a criança não sabe, não pode ou não quer expressá-las de maneira verbal.
- Serve-lhe como meio de expressão, descarga ou sublimação da agressividade.
- Ajuda a criança, em especial nos primeiros anos, a reforçar as ligações nervosas e a criar outras novas.
- Promove o amadurecimento emocional, intelectual e psicomotor.
- Contribui para a formação da personalidade.
RABISCO DESCONTROLADO
Os primeiros passos da criança no desenho são os que mais ilusão causam aos pais, e ocorrem normalmente quando a criança tem cerca de ano e meio de idade, precisamente nessa etapa da sua vida em que para ela tudo é interessante, e a criança está a ponto de entrar no seu período de hiperactividade. É neste momento que a criança estabelece relações com o seu ambiente e começa a relacionar-se emocionalmente com os outros.
Estas primeiras expressões artísticas com forma de rabiscos serão a base sobre a qual desenvolverá a sua expressividade, que a levará ao desenho, à pintura e à escrita.
Em todas as etapas do desenho infantil é importante que os pais demonstrem interesse pelas criações da criança, o que aumentará a sua auto-estima e a tornará mais segura de si mesma.
Características desta fase do desenho infantil:
- Os primeiros traços carecem de sentido, variam em comprimento e em direcção;
- A criança olha com frequência para outro lado enquanto desenha;
- Os desenhos não costumam ocupar a folha toda (uma grande parte desta fica em branco);
- A criança deverá ter os materiais para desenhar sempre disponíveis, e um adulto que a observe (isto é importante se não queremos redecorar toda a casa, pois ao desfrutar com o facto de realizar traços a superfície em que desenvolvem esta actividade não é importante para eles);
- A criança utiliza normalmente uma só cor;
- Os pais não devem procurar encontrar nos seus desenhos algo de reconhecível, nem forçar ou induzir a criança a desenhar elementos do seu entorno - essa não é a função do desenho nesta etapa;
- A criança segura o lápis de diferentes maneiras, e ainda não tem o controlo suficiente para adoptar a postura de pinça (posição correcta para segurar o lápis), fazendo habitualmente demasiada pressão com o lápis;
- Excede com frequência os limites do suporte gráfico utilizado;
- Apercebe-se das modificações sobre a superficie em que desenha, mas não é consciente de que é a causa dessas modificações:
- Não utiliza os dedos nem o punho para controlar os seus movimentos.
Esta etapa dura habitualmente cerca de seis meses; a seguir a criança passa a ter um maior controlo sobre os seus desenhos - RABISCO CONTROLADO.