Hoje ao abrir a caixa de correio electrónico reparei que a minha Tia Ana me tinha enviado este mail. Não resisti a transcrevê-lo para um post. Adorei-o e por isso deixo-o aqui para quem quiser ler ou levá-lo para que outras pessoas o possam ler.
Alguém disse que um filho está no ventre durante 9 meses.
Esse alguém não sabe que um filho está no coração por toda a vida.
Alguém disse que 6 semanas depois de se dar à luz se volta à normalidade.
Esse alguém não sabe que depois de se dar à luz não existe normalidade.
Alguém disse que se aprende a ser Mãe instintivamente.
Esse alguém nunca foi às compras com uma criança de 3 anos.
Alguém disse que "bons pais" fazem "bons filhos".
Esse alguém pensa que as crianças vêm com manuais de instruções e garantia.
Alguém disse que "boas" Mães nunca gritam.
Esse alguém nunca viu o filho a partir a janela do vizinho com a bola.
Alguém disse que não é necessário uma boa educação para se ser Mãe.
Esse alguém nunca ajudou o filho a estudar matemática.
Alguém disse que não se pode amar o quarto filho como o primeiro.
Esse alguém não teve 4 filhos.
Alguém disse que não se pode encontrar nos livros todas as respostas às perguntas sobre criar os filhos.
Esse alguém nunca teve um filho que meteu um feijão no nariz.
Alguém disse que o mais difícil de se ser Mãe é o parto.
Esse alguém nunca deixou o filho no primeiro dia de creche.
Alguém disse que uma Mãe pode fazer o seu trabalho com os olhos fechados e uma mão atada atrás das costas.
Esse alguém nunca organizou uma festa de aniversário para a sua filha.
Alguém disse que uma Mãe pode deixar de se preocupar com os filhos quando se casam.
Esse alguém não sabe que o casamento agrega genros e noras ao coração de uma Mãe.
Alguém disse que o trabalho de uma Mãe termina quando o último filho sai de casa.
Esse alguém não tem netos.
Alguém disse que uma Mãe sabe que o seu filho a ama, por isso não é necessário dizer-lhe.
Esse alguém não é Mãe.
Alguém disse que uma Mãe não necessita da compreensão e do "eu gosto de ti" de um filho.
Esse alguém não é filho.
O nascimento de uma mãe não acontece num único momento crucial e definido - vai emergindo pouco a pouco, a partir de um trabalho desenvolvido ao longo dos meses que antecedem e se seguem ao nascimento de um bebé.
No percurso até se tornar mãe, a mulher desenvolve uma organização psíquica própria fundamentalmente diferente da que possuía anteriormente, entrando num mundo de experiências apenas conhecido por quem já experimentou a maternidade.
Durante a gravidez, a mulher passa por diferentes acontecimentos biológicos e vivências psicológicas próprias deste período existindo tendência a centrar-se sobre si mesma e sobre o seu próprio corpo.
As vivências são sentidas pela mulher em diferentes momentos da sua gravidez, dividindo-se, deste modo, a gestação e todas as emoções / sentimentos psicológicos a ela associados, em três trimestres distintos, que repartem os nove meses de gestação.
No primeiro trimestre é habitual que se dê a Incorporação da gravidez, que engloba essencialmente sentimentos de ambivalência afectiva, entre o desejo e/ou receio da gravidez e preocupação com as transformações do corpo. Do ponto de vista físico este período poderá ser caracterizado por vómitos e naúseas. A vivência social “obriga” a que mulher esteja feliz e satisfeita com a vinda de um filho, por isso, a grávida pode sentir que não existe um espaço concreto para as suas dúvidas e receios muito característicos desta fase de gestação.
No segundo trimestre de gravidez começa a emergir a Diferenciação. Na vivência psicológica da mulher, esta já incorporou que está grávida e aceita este facto. Começa a percepcionar os movimentos do feto e a aceitar que este apresenta características próprias. A grávida começa a imaginar, sonhar e fantasiar o seu bebé. Neste movimento, a mulher começa a ter percepção que o bebé é alguém que está dentro de si, mas que é diferente de si.
A Separação emerge no terceiro trimestre de gravidez. Com a proximidade do parto, a mulher já aceitou que está grávida, mas terá de aceitar que irá separar-se deste bebé. A perda do estatuto de grávida para algumas mulheres pode não ser fácil, pelo que a separação corre o risco de não ser aceite de uma forma natural. Com a proximidade do parto, a mulher começa a aperceber-se que o bebé deixará de ser totalmente dependente, no entanto emergem igualmente fantasias, ansiedades e expectativas sobre o parto e o primeiro contacto face a face com o seu bebé. Nesta fase, na futura mãe, poderá também surgir um sentimento de insegurança e incapacidade em saber lidar com o bebé.
À medida que uma mulher se prepara para ser mãe, vai passando por uma experiência sem igual. O bebé determinará, durante um certo período de tempo os seus pensamentos, os seus medos, esperanças e fantasias. Um filho faz com que a mulher repense a sua vida, reconsiderando alguns dos seus valores!!! Desta forma, uma mãe terá de se formar psicologicamente da mesma forma que o seu filho se forma fisicamente.
Por outro lado, enquanto a mãe está a desenvolver uma nova identidade, o homem também constrói a sua “organização psíquica da paternidade”. O papel do pai é muitas vezes definido como o de apoio à mulher, uma função extraordinariamente importante, MAS não a ÚNICA... A parentalidade é cada vez mais tida em conta em detrimento da maternidade, o que vem fortalecer cada vez mais o papel do homem enquanto pai e “peça” fundamental no bom desenvolvimento dos laços familiares!!!
É por isso natural que tantas e tão profundas transformações, impliquem um momento de crise na vida de um casal, que tem de reorganizar-se face à chegada de mais um membro no seu seio. Na realidade, dá-se uma ruptura com o passado em que tudo o que está para trás no tempo não pode continuar igual e tudo o que vem no futuro é novo!!!
Tornar-se pai ou mãe pela primeira, segunda ou quinta vez, exige uma reorientação total do significado da vida. Os casais assumem tarefas familiares específicas e os filhos tornam-se o centro da atenção dos pais!
O nascimento de um filho leva a que se dê uma reinvenção da relação parental e que se assista igualmente ao nascimento de um pai e de uma mãe!
Certo dia, uma mulher chamada Ana foi renovar a sua carta de condução. Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou... Não sabia bem como se classificar.
O funcionário insistiu:
- O que eu pergunto é se tem uma ocupação, um trabalho?
- Claro que tenho um trabalho, exclamou Ana, sou Mãe.
- Nós não consideramos isso um trabalho. Vou pôr “dona de casa”, respondeu o funcionário friamente.
Uma amiga da Ana, a Marta, soube do que se passara e, durante algum tempo, meditou no assunto. Num determinado dia, encontrou-se em situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente.
A primeira pergunta foi: